COBAIAS RADICAIS RIO ABAIXO

fotos MARCO CEZAR

Num domingo nublado e quente, dez Cobaias Radicais toparam o desafio e acordaram cedo para descer em botes infláveis as corredeiras do Rio Cubatão Sul, em Santo Amaro da Imperatriz.

Com o auxílio dos experientes guias da Apuama Rafting, foram duas horas de muita adrenalina. A chuva torrencial que caiu na véspera fez o rio subir para dois metros e dez, um metro acima de seu nível normal, aumentando a força das corredeiras e fazendo do passeio dos inexperientes atletas uma gritaria só. Muito susto, mas muita diversão. Que o diga Melody Torres, novata no rafting: “Fiquei um pouco nervosa no início, mas repetiria a dose sem dúvida”.

Depois dos preparativos e algumas tigelas de açaí no Café Tabuleiro, que fica ali em frente à Apuama, chega a hora. Subiram todos na Kombi que os levaria ao rio, capitaneados pelo craque Fábio Souza, com mais de 12 anos de experiência nos rios mais “casca-grossa” do País. Luca de Oliveira Nascimento, 11 anos, o Cobaia-mirim, era o mais animado e não via a hora de embarcar no bote.

Chegando à margem do rio, a decepção: como as águas do Cubatão estavam muito altas, o grau de dificuldade do trecho não permitia o embarque de menores de 15 anos, e Luca teria que ficar aguardando em terra a chegada da turma. Enquanto os adultos vestiam os coletes salva-vidas e ouviam as instruções do “head-guide” Fábio, Luca voltou com Caio Cezar, seu pai, para o Café Tabuleiro, onde se consolou com um milk shake duplo de morango. “Fazer o quê, né?”, conformou-se.

A primeira descida foi a mais radical de todas, como você pode comprovar nas fotos de Marco Cezar que, destemido e cheio de fôlego aos 62 anos, fotografou todo o trajeto. O bote de uma das equipes virou, deixando os Cobaias à deriva por alguns instantes. Tudo rapidamente contornado pela equipe da Apuama.

 Duas horas mais tarde, molhados e exaustos, os Cobaias chegam à base. Depois de uma chuveirada na sede da Apuama Rafting, se preparam para a parte mais fácil da missão: degustar um risoto de camarão preparado com maestria pela repórter Rita de Cássia Tonera, moradora de Santo Amaro da Imperatriz, que ao lado do maridão Ronaldo “Costela” recebeu toda a família radical em sua confortável casa no meio da deslumbrante vegetação que cerca a Serra do Tabuleiro, numa confraternização com comida boa, pimenta malagueta, caipirinhas preparadas no capricho, roda de violão, xadrez e muitas risadas.

Apuama traz diversão e aventura a Santo Amaro da Imperatriz

Cláudia Laurent, proprietária da Apuama

Formada em comunicação e hotelaria, Claudia Laurent era guia de trilhas no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. Apaixonada por ecoaventuras, conheceu as corredeiras de Santo Amaro da Imperatriz em 2001, quando se apaixonou pela geografia do lugar e viu a possibilidade de se estabelecer e criar os dois filhos no município. Começou a trabalhar como fotógrafa de rafting, e durante dois anos passava os dias embarcada num “duck” (pequeno bote inflável, com capacidade para duas pessoas), fotografando os aventureiros.

Um ano depois, fundou a Tabuleiro Ecoaventuras, que oferecia passeios e trilhas aos clientes do Café do Tabuleiro.

Em 2006, adquiriu a Apuama Rafting do amigo Fábio Souza, com 12 anos de experiência em rafting e que hoje trabalha como “head-guide” (chefe dos guias) na empresa. Desde então, a Apuama (nome indígena que significa “aquele que corre”) vem crescendo em ritmo vertiginoso, atendendo cerca de 3.000 pessoas por ano, entre crianças, idosos e grupos escolares, que se divertem às margens do Rio Cubatão Sul, no entorno da bela paisagem do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.

Guias da Apuama Rafting que orientaram os Cobaias: Fábio, Ana, Rodrigo, Marc e Fabrício

Associada à ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Turismo), a Apuama oferece toda o equipamento e segurança para a prática do rafting, vias de arvorismo, tirolesa de 60 metros, rapel de 12 metros, ponte pênsil, falsa baiana e teia de aranha. O Café do Tabuleiro, instalado junto à empresa, oferece um cardápio variado, com doces, salgados, crepes e bebidas. A ceramista Lika Takahashi, que tem ateliê ao lado, oferece belas peças a quem visita a Apuama. Além disso tudo, churrasqueira e playground completam a estrutura.

Com a palavra…

Melody, Micaela e Rita

Melody Torres

Foi muito legal, mais radical do que eu esperava. Não pensei que fosse sentir tanta adrenalina. Estava tranqüila até começar a descida, pois o rio estava bem cheio, até os instrutores falaram que o rio estava no limite, o que me deixou um pouco nervosa. Mas repetiria a dose sem dúvida.

Micaela Torres

Como sempre é uma superação, porque a gente enfrenta desafios que não imagina enfrentar e consegue superar. Apesar do medo, que é natural nesse tipo de esporte, me senti segura com o pessoal da APUAMA. Agora só estou esperando a próxima, cada vez mais radical.

Rita Tonera

Achei maravilhoso receber o pessoal do radical em minha casa, e sempre que os radicais forem em Santo Amaro o convite já está feito.

Caio, Luca e Rodrigo

Caio Cezar

Foi ótimo participar deste radical, mesmo não tendo embarcado com meu filho por causa da altura do rio. Mas valeu pelo passeio, e principalmente pelo impecável risoto de camarão da Rita e a hospitalidade dela e de seu marido, Ronaldo “Costela”.

Luca de Oliveira Nascimento

O domingo foi bem legal, apesar de não ter participado do rafting. Mas valeu por ter conhecido o pessoal do radical, fazer novas amizades, pelo almoço que estava muito bom, e por ter brincado com todos.

Rodrigo Granola

Achei alucinante, nunca tinha feito rafting, e agora vou ser um frequentador assíduo, achei a turma do radical sensacional. Sem contar que a radicalidade começou na chegada, continuou no rio e terminou na subida para a casa da Rita, onde comemos um risoto de camarão que poderia ir até para Ana Maria Braga.

Ronaldo, Laura e Thiago

Ronaldo “Costela”

Olha, é sempre uma satisfação enorme receber um pessoal assim diferente, mas acho que todo mundo se comportou bem, o que eu acho importante, e vamos fazer outra caipira que esse pessoal merece.

Laura Sacchetti

Estava ansiosa, com um pouco de medo por nunca ter feito rafting.

Na hora da divisão do pessoal para escolha do barco, decidi ir no mesmo do fotógrafo, pois fiquei na ilusão que seria mais calmo. Doce ilusão. Não teve nenhuma diferença dos outros, e sim, fomos os cobaias mesmo, pois fomos os primeiros a encarar as corredeiras.

Depois de descer a primeira queda paramos em uma ilha para o Marco Cezar fotografar os outros botes. Mais um susto: os caiaques dos salva-vidas viraram, dando altos caldos nos coitados. Numa das quedas mais tranqüilas, já no final, o pessoal da nossa frente comemorando a descida, vira o bote, e eu grito: “Não quero isso pra mim!”, levando o Marco às gargalhadas.

Thiago Macedo

Foi o bicho essa descida de rafting, muito emocionante. Nosso bote virou e experimentamos a sensação de ficar no rio sem bote, mas no final deu tudo certo. E a segunda etapa do radical foi na subida para a casa do Costela… galera empurrando o carro para não cair na vala. Se duvidar, foi ainda mais radical do que o rafting.

Pedro, Harry e Gisele.

Pedro

Cobaias no domingo foi legal, pegamos o rio cheio, o que deu mais emoção ainda. No começo teve o susto  do guia virando seu caiaque. Quando eu vi que as pessoas que estavam ali para garantir nossa segurança se machucaram, pensei: o que vai acontecer com a gente? Mas deu tudo certo. Apesar de não comer camarão, a Rita fez um empadão de frango que estava uma delícia, e acabei comendo o arroz, que estava ótimo também.

Harry Gevaerd

O domingo foi excelente, primeiro por conhecer uma galera legal que participa, e também porque o rafting nos proporcionou uma descida radical de verdade, com o rio acima do normal e uma corredeira forte com muita adrenalina. A virada inesperada do bote foi complicada, mas no geral tava ótimo.

Gisele Câmara

Não esperava participar do radical, estava indo para praia e viemos pra cá, nunca tinha feito rafting e foi ótimo. Os instrutores são bem atenciosos e o visual é lindo. No final da descida a gente virou o barco, me afoguei um pouquinho e me ralei. Mas faz parte, tem que manter o controle. Pode me chamar para os próximos radicais que estou dentro.

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