LE CHEVALIER, JUAREZ MACHADO

Ícone cultural e cidadão do mundo, o artista joinvilense recebeu neste ano um dos mais importantes títulos de reconhecimento do governo francês

texto LU ZUÊ
fotos MARIA FERNANDA CASSIAS, CAIO CEZAR, MARCO CEZAR, ACERVO DA FAMÍLIA e ACERVO INSTITUTO INTERNACIONAL JUAREZ MACHADO (IIJM)

A entrega da honraria – no grau de ‘Chevalier’ (Cavaleiro) – aconteceu em janeiro no Instituto Internacional Juarez Machado, que fica na área central de Joinville, mas os efeitos ainda reverberam na cidade e no coração do catarinense que vive há alguns anos no Rio de Janeiro.

A condecoração da Ordre des Arts et des Lettres (Ordem das Artes e Letras) é a maior honraria concedida pelo Ministério da Cultura da França, e foi entregue sob aplausos a um emocionado Juarez pelas mãos do Cônsul Geral da França em São Paulo, Yves Teyssier d’Orfeuil. “É uma homenagem a um grande artista de Santa Catarina que tem uma ligação muito forte com a França e especialmente com Paris, onde ele teve um atelier durante muitos anos. Então, realmente faz muito sentido homenagear esse personagem fantástico que se destaca em muitas áreas”, destacou o Cônsul.

Sem dúvidas, faz todo o sentido. Reconhecido mundialmente pelo seu talento, Juarez Machado passeia com desenvoltura pela pintura, escultura, desenho e interpretação, entre outros segmentos, e por quase 40 anos viveu e trabalhou em Paris, em um ateliê que ficava no bairro de Montmartre, considerado o coração artístico da capital francesa. Por lá viveram Picasso, Renoir e tantos outros.

A “Ordem das Artes e Letras” é concedida como forma de reconhecer e recompensar pessoas que se distinguem pela sua criação no domínio artístico ou literário, ou pela contribuição dar artes e das letras no Brasil e no mundo, e já foi concedida a personalidades como o cineasta Akira Kurosawa, Bob Dylan e o escritor T.S.Eliot, e em janeiro, também a cantora e compositora catarinense Bia Krieger (que se divide entre o Brfasil, França e Canadá) foi condecorada com a Ordem.

Em março, Juarez Machado completou 83 anos, e segundo seu irmão, Edson Machado, o reconhecimento pela trajetória do artista é motivo de extremo orgulho, e de certa forma representa o DNA de empreendedorismo dos cidadãos e dos artistas brasileiros. ““Não deve ser um trabalho fácil conquistar dois mundos como Juarez Machado está fazendo, E destacar-se como exemplo em buscar resultados tanto no Brasil, onde se fala tanto em cultura, mas se investe tão pouco na área, quanto na França. E a  partir da França ele abriu o mercado por toda a Europa, América, Oriente Médio e Ásia”, afirmou.

O evento em Joinville foi prestigiado por amigos, familiares e figuras expressivas do universo artístico da cidade, sem exceção, pessoas encantadas com o legado de Machado. “Seu trabalho continua levando o nome de Joinville, de Santa Catarina e do Brasil para muito além de nossas fronteiras, e esse reconhecimento internacional é prova disso. É nosso dever preservar isso tudo para sempre”, comentou o secretário de Cultura e Turismo de Joinville, Guilherme Gassenferth.

Seu estilo charmoso de vestir-se, sua personalidade irreverente e seus clássicos sapatos bicolores estavam lá, não deixando dúvidas: Monsieur Machado é merecidamente ‘un chevalier’.

Falas irreverentes de um artista ímpar

“Desenhar me dá muito prazer. Não sei se sou um grande pintor, mas com certeza sou um desenhista tão bom que o diabo só faz maldades por inveja de mim”

“Para criar é só olhar as nuvens.
É ali que estão todos os desenhos e todas as formas que você pode imaginar. Quando eu olho para o céu eu me inspiro”.

“Fazer coisas novas é como cruzar uma ponte. O medo não está em cruzá-la, mas em não conseguir voltar”.

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