Memória preservada

textos  LU ZuÊ e MARIZE KOERICH
fotos  MARCO CEZAR

O maior harleyro do mundo concretizou um antigo projeto e criou na pacata Pomerode um museu inteirinho dedicado à marca Harley Davidson. já na inauguração – com festa, rock e ronco dos motores, é claro – ficou evidente: a cidade tem uma nova atração turística

Mais do que uma festa, a inauguração do Museu Benetton Harleyro, no dia 2 de novembro, foi um encontro de amigos que compartilham uma paixão. Pomerode assistiu um desfile de motocicletas e pessoas que sempre chamam atenção por onde passam. E não poderia ser diferente.

Desde cedo, a movimentação na pequena e encantadora cidade localizada no Vale do Itajaí (e lar de Dauzilei Benetton há pouco mais de dois anos) já dava conta de que o dia seria especial. Nem o céu cinza e a leve chuva que caiu por pouco tempo conseguiram diminuir a empolgação do público – melhor dizer, dos amigos – que foram chegando aos poucos para conhecer o lugar e curtir um pouco mais sobre o universo Harley-Davidson.

Quem conhece Benetton sabe que ele é motociclicsta na essência e na alma, e harleyro no coração. Ele traz a marca Harley-Davidson literalmente na pele e costuma dizer que em suas veias corre uma mistura de sangue, óleo e gasolina (proporção menor para o sangue!). De tanta paixão, não seria surpresa se no lugar de pulsar, seu coração roncasse como um motor que dita o ritmo de um estilo de vida.

Analogias à parte, essa paixão fez com que ao longo de toda a sua vida fosse adquirindo equipamentos, roupas, acessórios e motos (várias!), sempre guardados com muito carinho e cuidado. A vontade de compartilhar essa coleção foi crescendo e originou o projeto da criação do Museu Benetton Harleyro, que já se firma como uma atração a mais naquela que é conhecida como “a cidade mais alemã do Brasil”, e reúne, sim, um grupo de aficcionados pela marca. Na inauguração, uma das atrações foi Mauro Mamute (foto ao lado), artista, também harleyro!

Visitar o museu é um mergulhar num universo que encanta e ensina. O acervo reúne milhares de itens, que vão de bandanas, anéis, chapéus, capacetes e lembranças de viagens (sempre em cima de uma moto) a uma parte das centenas de jaquetas de couro que colecionou ao longo dos anos. E fotos…. muitas fotos que registram momentos especiais, como a amizade com Willie Davidson (um dos fundadores da marca), a viagem pela lendária Rota 66 e imagens ao lado do filho Pietro, que ao nascer, ainda na sala de parto, foi vestido com um macacão da Harley-Davidson.

Presente no evento e inspirada pela força e importância das imagens, Marize Koerich escreveu um texto especial para o editor da Mural, Marco Cezar (leia abaixo).

O museu já está aberto à visitação do público. Já programou sua visita?

Se não houvesse fotografia…

Aquele sábado, 2 de novembro, foi mesmo um grande dia para o motociclismo catarinense, nacional e até mesmo mundial, porque tratava-se da inauguração do museu de um dos maiores harleyros do mundo – nosso amigo em comum, Benetton.

Passávamos pelo material, eu e meu amigo Marco Cezar.

Marco me questionou: “Quanto tempo?”, dando a entender por quanto tempo convivemos em ambientes de lazer e entretenimento, mas também de trabalho profissional, numa época em que eu entregava anúncios a serem publicados em sua revista.

Por alguns anos toquei a nossa house de publicidade (a WKoerich), e não foram poucas as vezes em que ele dava uma ‘segurada’ no prazo para que o anúncio ficasse pronto, pois havíamos decidido de última hora entrar para fechar aquela edição que ele estava para entregar na gráfica.

Às vezes, os anúncios eram pesados e no disquete (lembra?) não cabia o conteúdo… dava um suador até acharmos um caminho.

Bem lembrando, naquele tempo não havia internet, pen-drives disponíveis ou qualquer outra ferramenta que agilizasse ou facilitasse esses processos.

Mas sempre achamos uma solução juntos.

Caminhando entre as aventuras de Benetton, comentando alguns aspectos, Marco soltou uma pérola no ar: “Olha a importância da fotografia…”

É algo tão óbvio, mas me dei conta que estava ao lado de uma lenda viva da fotografia e de sua importância na história de Florianópolis e de Santa Catarina.

SIMPLES ASSIM… SE NÃO HOUVESSE FOTOGRAFIA, NÃO HAVERIA HISTÓRIA.

Naquele momento disse para ele, que faria um texto para esta edição falando de sua importância para nossa história.

Pode até parecer estranho, talvez, “jogar confetes” sobre ele em sua própria revista, mas me pareceu inadiável e oportuno declarar publicamente carinho e respeito por este homem que sempre foi presente, elegante, impecável em seu trabalho e como pessoa.

Viemos fazendo algumas coisas juntos nas últimas edições da Feijoada do Cacau, então parece que sempre teremos motivos para estarmos conectados para além dos momentos festerê.

Marco Cezar tem o maior acervo de tudo e todos que aconteceram de alguma maneira – desde as gatinhas até os ilustres. Bem coisa de Floripa: nos orgulharmos de nossos patrimônios públicos em formato de gente, que faz bem feito sempre, em seu próprio veículo. É o nosso jeito… sabemos que a vida é curta e que o momento é agora, enquanto usufruímos de presença em vida.

Valeu, Marco Cezar! Sei que falo por inúmeras pessoas que te reconhecem. Você é um craque!

Sua amiga, Marize Koerich

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