textos e fotos IKE GEVAERD
Capital histórica da região de Emília-Romanha, no norte da Itália, Bolonha é daquelas cidades que podem até não aparecer no topo dos tradicionais roteiros de viagem pela Itália, mas que valem – e muito – a pena conhecer.
Movimentada e alegre – muito por conta dos mais de 80 mil universitários que ali vivem, mesclando culturas e costumes -, a cidade tem mais de mil anos de existência e soube chegar à atualidade sabiamente valorizando e preservando a beleza de sua história e, ao mesmo tempo, assumindo naturalmente o papel de badalado destino turístico.
Polo gastronômico, histórico e cultural, Bolonha oferece opções ímpares para quem decide passar por ali apenas um dia ou opta por um período mais longo. Um detalhe importante é a localização privilegiada, que a coloca no meio de um circuito formada por cidades como Milão, Florença, Veneza e Roma. Bolonha é, realmente, uma inspiração a mais para passear pela Itália.
Pois nesta edição, é esse o destino que nosso parceiro Ike Gevaerd apresenta, como um “recorte” de uma viagem por um país que por si só já é uma rota cênica.
Vamos viajar?
BOLOGNA, LA CITTÁ
DOTTA,
Culta, por ser erudita e universitária.
ROSSA
Vermelha, suas construções de cor avermelhada.
I GRASSIA
Gorda, por ser considerada a capital gastronômica da Itália.
Bolonha é sede de uma das universidades mais antigas do mundo, e numa viagem muito especial, foi a cidade escolhida para iniciar uma viagem pelas rotas gastronômicas e cênicas daquela saborosa – em todos os sentidos – região italiana.
Não é simples ou fácil escolher o que conhecer ou fazer em Bolonha, mas as diversas opções são, com certeza, encantadoras e prazerosas. Dos melhores e mais pitorescos restaurantes de toda a Itália às construções milenares que enchem os olhos, sempre fica a dúvida sobre o que escolher primeiro.
Não por ordem de importância ou beleza, seguem as indicações!
O CENTRO HISTÓRICO
Localizado a dez quilômetros do aeroporto de Bolonha, o centro histórico é o coração da cidade e onde estão os principais e bem conservados monumentos históricos e suas também históricas galerias.
Piazza Maggiori
Coração do centro histórico e onde iniciei minha jornada por Bolonha e suas surpresas. Na foto acima, a Torre do Relógio, de onde se tem uma bela visão da praça.
Torres Asinelli e Garisenda
No final do século XII, surgiram em Bolonha centenas de torres militares e de famílias nobres. As torres Asinelli e Garisenda foram erguidas por famílias importantes da região e são das poucas que restaram no centro histórico.
A dos Asinelli é a mais alta das duas (pouco mais de 97 m), o que torna praticamente imperceptível sua inclinação (sim, ambas são inclinadas!) de quase 2º.
A dos Garisenda, por sua vez, tem uma inclinação maior (3,22 m) e já está mais baixa do que originalmente.
Por conta da inclinação e para evitar que desabasse resolveram “podar” 12 dos seus 60 metros.
Catedral de São Petrônio
Um tesouro de arte e história. Fruto da arquitetura gótica sua construção iniciou em 1390, em homenagem ao santo que leva seu nome.
Curiosidades: Em estilo gótico, a Catedral é reconhecida como a 15ª maior igreja católica do mundo, com 132 m de comprimento e 60m de largura. Na fachada, a altura é de 51 m.
Bolonha também é famosa por suas galerias. Você pode percorrer em dia de chuva, quilômetros de galerias sem se molhar.
Sala Borsa
É uma biblioteca multimídia de informações inaugurada em 2001 dentro do imponente Palazzo Accursio (sede da antiga comuna). Seu interior é lindíssimo!
O QUADRILÁTERO
Um labirinto gastronômico
É formado por um labirinto de ruelas localizadas no bairro mais conservado de Bolonha. Ele fica junto ao centro histórico e é o destino dos que visitam esta cidade medieval em busca dos prazeres gastronômicos ali encontrados, e que fazem daquele local o maior centro culinário da Itália.
Drogheria Alimentare Gilberto
Estabelecida em 1905, esse tradicional estabelecimento mantém até hoje a qualidade dos seus produtos, tanto na mercearia como na loja de vinhos.
Bolonha é considerada o berço da Mortadela e do Ragu ala Bolognese.
Frutas, verduras e legumes frescos são expostos diariamente pelas ruelas e tornam-se uma opção alegre de compras para os consumidores locais.
Frutas, verduras e legumes frescos são expostos diariamente pelas ruelas e tornam-se uma opção alegre de compras para os consumidores locais.
O Mercato delle Erbe fica perto do Quadrilátero. Desde 1910, abastece os restaurantes e faz a alegria dos chefs profissionais ou caseiros.
Mangia che te fa bene
É impossível e pretensioso indicar quais os melhores restaurantes da capital gastronômica da Itália, título que é altamente respeitado e demanda muita responsabilidade. Destaco dois – um mais moderno e o outro, tradicional.
Eataly
Este novo conceito culinário que se iniciou em Turim em 2007, tem Bolonha como uma referência. O Eataly Bolonha está localizado numa das esquinas entre a Piazza Maggiori e o Quadrlátero.
Ele foi um dos primeiros empreendimentso italianos a seguir essa proposta, e abriga em seu complexo gastronômico restaurantes, livraria, adega, mercado e escola e gastronomia (temos algo parecido em São Paulo).
Da Cesari
Começou no início do século XX como uma osteria e varejista de vinho, e desde 1955 funciona como restaurante. Com quase sessenta anos, este restaurante familiar está hoje sob o comando de Paolino e sua esposa Irene, que dirigem aquele antigo local de encontro de famílias de Bolonha e também dos que procuram por boa e tradicional comida italiana.
Pois é…
Tive o prazer e estar duas vezes no Da Cesari – quando cheguei e na despedida da cidade -, recomendado pelo meu amigo Nenen. No primeiro dia, o proprietário Paolino não me deu bola; eu era apenas mais um visitante. Mas no segundo dia, inacreditavelmente ele saiu do convencional e preparou, a meu pedido, uma Burrata com creme de parmesão, salpicada com lascas de trufa. Acabamos a noite comemorando.
Na foto acima, estou com Paolino e as trufas que estavam expostas na entrada do restaurante.